O planejamento na
educação caminha na direção de se elaborar “projetos de trabalho”, em que o
ponto de partida é a leitura do grupo, aquele olhar mais atento com base em uma
observação criteriosa.
O
projeto traz uma idéia de horizonte, de perspectiva, de linhas gerais que
podem, no processo, receber melhores contornos, maiores definições. Segundo,
porque em seus elementos poderia incluir o trabalho com qualquer grupo de
crianças, sendo para cada grupo um específico e único projeto, articulando-se
somente em princípios e itens gerais. Tanto para os bebês como para as crianças
maiores, o projeto seria viável considerando, entretanto, conteúdos
diferenciados, conforme as próprias características de tais idades.
Tal projeto de trabalho pode nascer de qualquer situação acontecida no grupo,
desde que a educadora a julgue importante para favorecer a produção e a
construção do conhecimento das crianças. Assim, a observação das crianças feita
pelo educador pode ser considerada o grande impulso para o planejamento por
projetos, por deixar de lado o “didatismo”, privilegiando o olhar a criança, o
que ele pede ou questiona... Essa “leitura do grupo” deve considerar as características
da faixa etária, o contexto socioeconômico e cultural, bem como a dinâmica do
grupo.
O projeto de trabalho, elaborado com base na observação dos movimentos do
grupo, procurando identificar seus interesses, vai se estruturando com a
delimitação de: nome, justificativa, objetivo geral,
assuntos-atividades-situações significativas, fontes de consulta, recursos,
tempo previsto.
Desse projeto, portanto, o educador vai retirando os elementos e as questões
para o planejamento semanal e diário. Tendo alicerçado seu trabalho num projeto
claro, documentado, com objetivos explícitos, com pesquisa realizada, avaliação
de viabilidade, em termos de plano para o dia-a-dia, o educador poderá formular
como quiser, como melhor lhe servir. Assim, a forma de colocar os itens no
dia-a-dia, se decorrente de um projeto articulado, geral pode receber a feição
particular de cada educador. Apenas tem que ser funcional, tem que lhe ajudar,
efetivamente, na orientação do seu fazer pedagógico cotidiano.
Propomos então, uma
organização que prevê os seguintes itens: situações significativas,
organização do espaço, recursos, registro, avaliação. O planejamento
compreendido na ação: prever, fazer, registrar e avaliar, para então seguir
planejando-replanejando de acordo com o movimento, os desejos e as necessidades
do grupo. O planejamento compreendendo a atitude crítica de cada educador
diante de sua prática. O planejamento como proposta que contém uma aposta, um
roteiro de viagem em que, a cada porto, incorporam-se novas perspectivas, novos
roteiros, rumo a novas aventuras. O importante é exercitar o olhar atento, o
escutar comprometido dos desejos e necessidades do grupo revelados em seus
gestos, falas, expressões, em suas linguagens, enfim. O planejamento não é o
ponto de chegada, mas porto de partida ou “portos de passagens”, permitindo ir
mais e mais além, no ritmo da relação que se construir com o grupo de crianças.
fONTE:
www.faef.edu.br/revista/pedagogia333/pages/artigos/artigo10.htm
www.grupos.com.br/group/.../Messages.html?action...10.
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