sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Professor Pesquisador: Uma inovação histórica na formação docente

Considerando o histórico da formação de professores no Brasil, considerando as mudanças pelas quais a escola tem passado durante a virada deste século e considerando as palavras de Perrenoud (1993, p. 78), é importante definirmos três princípios que norteiam a concepção de professor pesquisador: o método ativo de apropriação do conhecimento a que se configura a pesquisa, a aproximação do professor a situações vivificadas na escola e a inserção desse paradigma de formação para servir como possível prática refletida. No primeiro caso, pensamos na interação social, no exercício doa dialética e do diálogo, nos problemas de interesse comum, no aprender a ouvir o outro, no desenvolvimento social do indivíduo e nas reformulações de categorias a respeito do pensamento humano como situações concretas promovidas pelo ato da pesquisa ( André, 1993). O abrir-se a novas metodologias de trabalho e, portanto, novas formas de se conceber o trabalho pedagógico e ao mesmo tempo as novas formas de se questionar o trabalho também são características do profissional envolvido com a pesquisa que, por sua vez, necessita de alguém que esteja interessado em resolver, ou pelo menos apontar horizontes de possibilidades de resoluções, para um determinado problema. Essas características, inerentes ao processo de pesquisa, dão margem a atividades de análise, de seleção, de reflexão, do trabalho individual e solitário da pesquisa, de maturidade intelectual que, por excelência, contribuem sobremaneira para a complexidade que o trabalho pedagógico requer quando o encaramos como um trabalho em movimento, em constante mutação e reformulação e passível de (re) interpretações dos sujeitos envolvidos nele. Já no que diz respeito ao segundo caso – a aproximação do professor de situações vivenciadas na escola – apontamos como principal característica a relação teoria e prática. As situações específicas da prática pedagógica podem ser um norteador deste caso. Experiências pessoais, vivificadas pelos docentes no mundo de sua sala de aula, geralmente se transformam em grandes objetos de análise e de reflexão para suas pesquisas e podem trazer soluções bastante pontuais para problemas que envolvem o cotidiano da prática pedagógica. A pesquisa etnográfica (Erickson, 1989) , por exemplo, é apontada por muitos teóricos como uma prática muito comum por aqueles que discutem, nas teorias educacionais, a formação do professor pesquisador. As características desse tipo de pesquisa garantem olhares mais críticos e consequentemente uma melhor aceitação das mudanças necessárias, quanto do sentido de proporcionar uma comparação deliberada com a prática docente. ( André, 1993, p.4) No terceiro caso - a prática refletida - a iniciação científica é um dos fatores fundamentais que auxiliam o professor a refletir sobre sua prática. Isso não quer dizer palavra de ordem, quer apenas levantar uma discussão de como a reflexão sobre a prática docente se configura como uma característica também do professor pesquisador, seja pela reflexão constante de suas práticas por meios de teorias que lhe proporcionem essa atividade mental, seja pela pesquisa-ação que esse docente venha realizar na escola ou em outra instituição. Nesse sentido, as teorias que discutem a formação do professor pesquisador (Schon,1998 ; Perrenoud, 1993) parecem concebê-la por vias de acesso que privilegiam a investigação de seus saberes e a reflexão docente acerca de suas próprias práticas de sala de aula. www.webartigos.com/artigos/professor-pesquisador-e.../34099/Fotos:Professoras: Claudia, Amarilda e Alessandra.

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